quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Carpe diem.

Não sei como definir esse momento.
Durante o inverno, quando os dias ficam muito nublados você acha que nunca mais vai ver o sol.
No verão já é diferente, tem o calorão, o solzão e, de repente, cai aquele temporal.
Parece que a água vem para lavar e levar tudo de ruim.
Mas de um hora pra outra você pode estar mal e o sol se abrir para você.

Eu nunca consigo entender como esses processos acontecem no meu interior, só consigo identificar que é um momento de amadurecimento, mesmo que eu não esteja vivenciando nada de especial.

Talvez o sol tenha brilhado tanto pra mim porque, em muito tempo, decidi e tive forças para fazer coisas diferentes do habitual. Coisas que adoro mas que por preguiça, comodismo e vício em internet foram deixadas de lado.

Eu li muito mais, eu ouvi muitas músicas que até havia esquecido que gostava, relembrei coisas boas com pessoas legais e também coisas ruins com gente que me fez sofrer (quando tive a sensação de: "Ufa! Consegui me livrar disso").

Nessa semana, mais do que nunca eu entoei o mantra: Um dia de cada vez.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Onde ir?

"Eu não sei o que vi aqui
Eu não sei prá onde ir
Eu não sei porque moro ali
Eu não sei porque estou

Eu não sei prá onde a gente vai
Andando pelo mundo
Eu não sei prá onde o mundo vai
Nesse breu vou sem rumo

Só sei que o mundo vai de lá pra cá
Andando por ali
Por acolá
Querendo ver o sol que não chega
Querendo ter alguém que não vem"

Essa música define tão bem a estranheza que eu sinto em relação à vida e a mim mesma, desde a primeira vez que a ouvi, parece ter sido escrita para mim, de verdade.

E como faz quando você tem uma profissão que não quer? E você já está "meio" velho para estudar o que realmente te interessa, a ponto de te fazer tremer só ouvir o nome da tal profissão, e sempre vem um voz te dizer que você será para sempre frustada porque não conseguiu ser aquilo. Cinco anos é muito tempo, é muita vida pra ser vivida e a urgência dos compromissos e finanças não podem te dar esse "luxo".

É tão ruim estar procurando por qualquer coisa.

Tudo poderia ter sido diferente, mas a vida nos joga para caminhos que talvez não possamos escolher. Eu me culpo por ter largado algo que eu não tinha forças para continuar e esse fantasma sempre volta para me assombrar.

Eu só queria uma luz.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Metamorfose


Por que será que amadurecer é um processo tão doloroso? Por que, muitas vezes, temos que regar nossos canteiros com algumas lágrimas para que no futuro muitas flores possam florescer?
Por que algumas das pessoas que mais amamos precisam nos magoar para que possamos aprender que não devemos entregar nosso coração nas mãos de qualquer pessoa?

No meio da jornada muitas perguntas ficam sem respostas e não entendemos porque, daí depois de muito tempo percebe-se que algumas situações foram fundamentais para compor o que nos tornamos.
Mesmo com o passar dos anos, dentro de você nada parece mudar, você não sente o peso na alma de já ter quase 30, mesmo quando seu corpo já te avisa disso.
E você descobre que cada lágrima, cada mágoa, cada sorriso, cada gole de álcool, cada friozinho na barriga contribui para que você não esqueça de onde veio e quem és.

Você vai ouvir uma música ou sentir um cheiro que vai te fazer lembrar velhas amizades, antigos amores, pessoas que já passaram e vai lembrar disso com uma saudade gostosa, mesmo sabendo que a maioria dessas coisas se perderam pelo caminho e hoje seu momento é outro.

Bem vindo ao mundo real, você está crescendo, e depois de viver tantas coisas estranhas, essa sensação de construção do teu ser será muito, mas muito prazerosa.

...

Escrito ao som de Florence + The Machine - Dog Days Are Over.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Quem é ela, Sílvio?


Anita só começou a usar a internet mesmo em 2003, daí ela pensou quer poderia fazer muitas amizades e quem sabe até encontrar um amor, nos dias de hoje isso é tão comum.
Sei que ela me contou que conheceu Sílvio em um bate-papo, daí passaram pro MSN e conversavam quase que diariamente.
Sílvio era mais velho uns oito anos, gentil, educado, bonito e queria conhecê-la pessoalmente. Disse já ter morado com uma moça, mas que naquele momento estava solteiro.

Meses se passaram e eles resolveram se encontrar, marcaram em um terminal de ônibus (Anita que não era boba nem nada, escolheu um lugar público). Ao ver Sílvio seu coração bateu mais forte, ele era muito mais bonito que nas fotos, tinha belos olhos verdes, cabelos cor de mel e sua gentileza se confirmou.

Foram jantar, foi legal e na volta para casa rolou um beijo, e que beijo!
Passadas algumas semanas marcaram o segundo encontro, no mesmo lugar. Encontraram-se em meio a beijos e abraços calorosos, antes de ir jantar, passaram num parquinho de diversões, brincaram de tiro ao alvo, deram risadas e Anita estava cada vez mais encantada com o rapaz.
No caminho de volta, andando pela rua, de repente surge uma moça que os olhava e parecia segui-los.

- Quem é ela, Sílvio?
Depois de pensar por alguns longos segundos, Sílvio responde que Anita era uma amiga. Oi? Amiga? Anita quis perguntar isso, mas viu que havia algo errado naquela situação e passou a ficar com medo de apanhar da moça, pois percebeu que ela deveria ser a ex.
Sílvio e a moça começaram a discutir e nesse momento, Anita quase teve certeza de que não seria ex, que talvez se tratasse de uma traição e ela era a outra, A OUTRA! Decadência, era isso que Anita pensava. Onde havia se metido?! . Agora estava lá, imóvel, com medo de levar uns puxões de cabelo, não sabia se corria ou ficava, tadinha, talvez seria a outra sem nem mesmo saber, sem culpa.

Anita saiu apressadamente e eles continuaram a discutir ali, no meio da rua, num barraco gigantesco, com direitos a gritos histéricos e pontapés, bem feito pra ele, safado.
Ao chegar em casa, Anita liga para seu melhor amigo e diz:
- Bruno, estou sem rumo!

Sílvio nunca mais ligou e Anita o procurou para tentar desmascará-lo, mas ele continuou jurando que a moça era ex, mesmo Anita não acreditando nisso e se afastou dele.
Muito tempo se passou e essa frase virou piada na turma de amigos de Anita, até hoje essa história rende muitas risadas.

Quem é ela, Sílvio?

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Do nome.



Hoje, ao copiar o link para um amigo, lembrei do porque eu escolhi o nome "secas vidas" para esse blog.
Lembro de há muito tempo atrás ter começado a ler o livro Vidas Secas de Graciliamo Ramos e não ter chegado nem na metade, o que é uma vergonha, pois além de ser um clássico da nossa literatura, é um livro bem interessante. O que me chamou atenção para o título do livro foi que, o autor o usou para ilustrar a pobreza e a problemática da seca do sertão, como todo mundo já sabe, porém, ao ler o título eu só consigo pensar em pessoas vazias.
Vidas Secas pra mim tem um sentido diferente do que o autor usou no livro, ou melhor, penso eu, pois como não terminei de ler, não sei se ele abrange esse sentido também.

Sei que na nossa caminhada nos deparamos com muitas pessoas de vidas secas, gente sem conteúdo, preconceituosas, frustradas, infelizes e na maioria das vezes, aparentando outra coisa.
Infelizmente podemos passar uma vida inteira convivendo e ainda assim não conhecer quem a pessoa é de verdade, outras vezes, nós mesmos não nos conhecemos e vamos nos camaleando pelos caminhos, tentando nos adaptar as situaçãos, tentando sobreviver a esse mundo cão.
Em toda a minha jornada, nem tão longa nem tão curta, posso dizer com propriedade que sei como é o inferno conviver com esse tipo de gente e que se você é uma pessoa do bem (Oi, eu sou!) de alguma forma sairá com alguma marca da passagem "disso" pela sua vida.
Retratando um momento pessoal, tenho aprendido que ignorar e tentar manter esse tipo de gente o mais longe de sua vida é a melhor forma de não se ferir tanto, considerando que esse tipo de gente só quer sugar o que você tem de bom. E cuidado, elas sabem se fazer de vítima, sabem manipular, são capazes de coisas inimagináveis pra ter um coração bom por perto.
Abra seu olho, pode ter um desses bem ao seu lado, sei que tem, olhe bem e... mantenha distância.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Do Natal.


Eu poderia fazer uma lista dos motivos pelos quais o Natal não significa muita coisa pra mim.
Em primeiro lugar, ao tirar uma foto com o Papai Noel no shopping e observar as crianças conversando com o tal com tanta seriedade pude me dar conta de que, desde muito cedo passei a duvidar da existência de tal figura.
O que pode explicar isso é o fato de não ter tido um pai presente, e minha mãe sempre foi meio "realista" (estraga-prazer) pra essas coisas, poderia até dizer que lhe faltou um pouco de criatividade.

Papai Noel me visitou apenas uma vez, levou-me um ursinho muito do mixucura. Hoje tenho idade e maturidade suficientes para saber que ele estava mais interessado em ter um "reviver" com minha mãe, de quem já estava separado há alguns anos, do que simplesmente fazer minha alegria, e pior, ele conseguiu, ganhou um presente melhor que o meu. Lembro disso com raiva, embora naquele momento tenha sido bom acordar tendo um pai em casa, nem que fosse apenas naquele dia.

Na única vez que tentei viver o espírito natalino, devia ter uns 12 anos, resolvi fazer um jantar para a família, infelizmente, como já é de costume todos acabaram brigando, lembro de um tapa no meu rosto e eu chorando no sofá (será que já nascia ali a menina depressiva?!)

Atualmente resumo o Natal numa palavra: HIPOCRISIA.
Eu vivencio tanta falsidade, fofoquinha, muitas coisas maldosas pelas costas das pessoas, e num único dia, essas pessoas resolvem comer juntas, trocar presentes, brindar e desejar boas coisas uns aos outros. -Me desculpe aí POLYANA, mas minha avó sempre dizia que "de boas intenções o inferno está cheio".

Eu acredito na sinceridade dos sentimentos quando você está lá se a pessoa precisa, quando se você se sente incomodado com algo procura a pessoa pra conversar e resolver e não fica falando mal pelas costas, quando você pratica a arte da gentileza. SIM, caros amigos, nos dias de hoje, a gentileza é uma arte.


P.S: imagem do google.com

Do tempo.

Daí que faz quase um ano que não escrevo por aqui. É que nesse meio tempo muitas coisas aconteceram, muitas coisas ruins que acabaram me sobrecarregando muito e já no segundo semestre desse ano vieram algumas coisas boas, e dentre tudo o que ocorreu o que mais me chamou a atenção é que como diz meu poeta preferido "Tudo vale a pena se alma não é pequena".

Esse blog deveria ter algum nome relacionado a apredizado, pois a cada dia, a cada luta vencida (ou perdida) convenço-me de que as duas únicas certezas que podemos ter na vida são a morte e o aprendizado E-T-E-R-N-O.